Nos últimos dias, um episódio nos levou a uma reflexão importante sobre empatia, cultura organizacional e o papel da liderança.
Um colega foi demitido por telefone — sem a presença física da liderança, sem espaço para diálogo, sem acolhimento.
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À primeira vista, pode parecer apenas uma escolha prática ou protocolar. Mas, na essência, esse tipo de decisão comunica algo muito mais profundo: como a empresa enxerga as pessoas que fazem parte dela.
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A forma como conduzimos momentos difíceis — como uma demissão — revela os valores reais da organização, muito além dos discursos e manuais corporativos. É nesses instantes que a liderança se mostra ou se ausenta.
O que a liderança comunica (mesmo sem dizer uma palavra)
Quando uma demissão é feita por telefone, o que se comunica é distância, frieza e falta de empatia.
O colaborador se sente descartável, como se sua trajetória e contribuição não tivessem peso.
E o time observa tudo.
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A ausência de presença — física e emocional — fragiliza a confiança e rompe o vínculo simbólico que une as pessoas a um propósito coletivo.
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Liderar não é apenas entregar resultados; é cuidar de pessoas, inclusive na dor.
É estar disponível, ouvir, reconhecer, e até mesmo se despedir com respeito e humanidade.
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Quando a liderança terceiriza ou “automatiza” esse tipo de momento, ela comunica que o capital humano é secundário — e, aos poucos, mina a motivação e o engajamento de toda a equipe.
O impacto vai além de quem sai
Uma demissão mal conduzida não afeta apenas quem é desligado — ela reverbera em todos os que ficam.
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Os colegas passam a sentir insegurança, medo e desconfiança.
Surge o pensamento: “Se aconteceu com ele assim, o que me espera amanhã?”
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Esse tipo de experiência contamina o clima organizacional, reduz o engajamento e alimenta o desejo de buscar novos ambientes mais empáticos e acolhedores.
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Empresas que negligenciam o fator humano perdem não apenas talentos — perdem a alma da sua cultura.
Como transformar esse aprendizado em prática
Demitir faz parte da realidade corporativa. Mas a forma como se faz muda tudo.
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🔹 Empatia: oferecer um espaço de escuta e reconhecimento.
🔹 Presença: estar disponível, mesmo diante de situações difíceis.
🔹 Diálogo: abrir caminhos para entendimento, feedback e crescimento.
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Essas atitudes não apenas reduzem o impacto emocional de uma demissão, mas também reforçam a imagem da empresa como um ambiente humano e ético — onde as pessoas são vistas como parte essencial do todo.
Liderar é cuidar
Toda demissão é um ato que carrega significados. Pode ser fria e silenciosa — ou pode ser respeitosa e transformadora.
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A liderança que compreende isso constrói confiança, lealdade e pertencimento.
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Na DGS Consultoria, acreditamos que o verdadeiro poder da liderança está em fazer do diálogo um instrumento de evolução — e da empatia, um valor inegociável.
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Este é um convite à reflexão:
Como você, enquanto líder ou colaborador, tem contribuído para tornar seu ambiente de trabalho mais humano, transparente e acolhedor?
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A mudança começa nas pequenas atitudes.
E toda cultura forte nasce do simples gesto de ouvir, cuidar e respeitar.