Etarismo nas Organizações: Uma Reflexão Necessária

Há uma cena muito triste que permanece na minha memória. Fui visitar um colega de trabalho após sua aposentadoria e o encontrei desanimado, meio deprimido, sem brilho no olhar. Quando perguntei se algo o magoara, ele respondeu: “Aposentadoria! Sinto-me um inútil, todos os dias são iguais, não tenho novidades para contar à minha esposa e filhos.” Essas foram algumas de suas queixas.

A Perversidade da Exclusão dos Idosos

Gostaria de chamar a atenção para a perversidade da falta de trabalho e a consequente nulidade da sociabilidade imposta às pessoas que se aposentam. Esse colega, ainda produtivo e saudável, estava “colhendo os frutos” de um sistema político e cultural que abandona, exclui e discrimina pessoas com mais de 60 anos. Estou falando da maioria das pessoas, não daqueles com aposentadorias polpudas.

A Importância de Incluir o Etarismo nas Empresas

As empresas podem e devem desenvolver uma cultura que inclua o etarismo em seu quadro de funcionários. Pessoas mais velhas são experientes, dedicadas e possuem uma bagagem de vida e de trabalho que pode ser muito bem aproveitada pelas gerações mais jovens. As possibilidades de troca entre as gerações podem trazer benefícios para todos, numa relação honesta, respeitosa e de ganha-ganha.

Benefícios de uma Cultura Inclusiva

  • Experiência e Sabedoria: Profissionais mais velhos trazem uma vasta experiência e conhecimento acumulado ao longo dos anos.
  • Mentoria e Orientação: Eles podem atuar como mentores, orientando e apoiando os mais jovens em suas carreiras.
  • Diversidade de Perspectivas: A inclusão de diferentes faixas etárias enriquece a diversidade de perspectivas e ideias.
  • Redução do Turnover: Funcionários mais velhos tendem a ser mais leais e comprometidos, o que pode reduzir a rotatividade.

Conclusão

É fundamental que as empresas reconheçam e valorizem o potencial dos profissionais mais velhos. Desenvolver uma cultura inclusiva que combata o etarismo não é apenas uma questão de justiça, mas também uma estratégia inteligente para o sucesso organizacional. Pense nisso e promova mudanças em sua organização.

Magnor Müller

Doutor Especialista em Diversidade, Inclusão e ESG

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