Conversa Iguatemi

Diversidade é a palavra de ordem para empresas que querem se manter no mercado. Esta semana participei de um bate-papo com o comitê de Diversidade do Shopping Iguatemi Porto Alegre. Conversamos sobre os benefícios de contratar colaboradores de diferentes identidades de gênero, gêneros, raças, idades, necessidades especiais, ou seja, incluir e diversificar!

Um ponto importante percebido foi que, geralmente, os colaboradores não percebem que estão repetindo falas excludentes e preconceituosas em suas falas, brincadeiras e solicitações. Não compreendem que, através de suas atitudes, transformam o ambiente de trabalho num espaço sem acolhimento para muitas pessoas. Um aspecto importantíssimo é de que, sem qualificar os colaboradores, a empresa está vulnerável a processos judiciais de assédio moral, homofobia e discriminação. Custas vultosas para a empresa que podem ser evitadas através de consultorias.

Tive a oportunidade de esclarecer dúvidas e problematizar questões muito atuais como: o que é uma pessoa trans; qual a diferença de uma mulher trans e uma travesti; que banheiro as pessoas trans (homens e mulheres trans) usariam em uma empresa; o que são indivíduos cisgêneros; de onde vem a imposição de que menino deve vestir azul e menina, rosa. Diagnosticar pontos de fuga que poderiam ser preenchidos através da diversidade foram possíveis de observação.

Conversamos sobre os benefícios de um ambiente diverso e incluso na empresa. Falamos a respeito da maneira que se implementa essa diversidade/inclusão apresentando os benefícios reais e sólidos para ambas as partes. Minhas experiências com as travestis ao longo de minha caminhada acadêmica foram essenciais para desmistificar conceitos pré-estabelecidos por muitos(as) participantes. Para quem se interessar, publiquei um livro chamado: ”Lá em Casa a Gente Conversa: conjugalidade e masculinidade dos maridos das travestis.”

Em um ambiente pluralizado e inclusivo os colaboradores têm a possibilidade de apreender uns com os outros através e com experiências individuais e profissionais. O resultado é que, ao se sentirem incluídos e respeitados, essas pessoas trabalham mais felizes e produzem mais.

Magnor Müller

Doutor Especialista em Diversidade, Inclusão e ESG

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