No Sábado, dia 25 de março, saí de casa para comprar pão. Havia um carrão, desses que parecem uma espaçonave, estacionado na frente do meu prédio. Observei que uma mulher com roupas de grife e com o cabelo bem tratado e bem penteado estava mexendo no porta malas.
Lá havia uma caixa de plástico de tamanho médio, dessas que se guardam brinquedos de criança. Contudo ela estava cheia de ração para animais. Observei que essa distinta cidadã colocava generosas porções de comida em vários pratinhos de alumínio, desse que as pessoas têm em casa para alimentar seus pets.
Chamou-me a atenção que o fato dela estar ali se transformou numa espécie de local de lanches para gatos de rua. Eram animais de todos os tamanhos e cores, cerca de uns 5. Eles miavam, roçavam sues rabos peludos nas pernas, depiladíssimas, da mulher. Ela conversava com a gataria de forma que evidenciava que não era a primeira vez que estava por ali. Entendi que essa senhora alimentava os animais com certa frequência, pois nenhum era arisco ou repudiava a sua presença.
Mais ou menos 4 dias depois vi a mesma mulher caminhando na calçada e se dirigindo ao seu automóvel. Na nossa rua há um guardador de carros, que já é meu amigo, o chamarei de Napoleão. Napoleão é um homem cuja idade não pode ser compreendida devido as marcas produzidas pela fome, desidratação, frio, e todas as mazelas que corpo e rosto experienciam/aram.
Napoleão vive da caridade. Sustenta uma esposa com diabetes e que está a camada e não pode trabalhar. Sua fonte de renda principal é o programa de governo para pessoas sem renda. Ao caminhar em direção da nave espacial da madame, acenou para ela e a auxiliou nas manobras para que ela saísse do local sem arranhar seu carro e sua posição social.
Antes dela partir em definitivo, ele esticou o braço e esperou algum trocado. O que presenciei, e não foi pela primeira vez, pois essa cena se repete com outras pessoas, foi uma pisada no acelerador, após o som do vidro subir e isolá-la da vida como ela é.
Napoleão não está ali porque quer. É provável que não tenha conseguido um trabalho formal por ter uma educação precária.
Ele poderia ser incluído numa corporação em uma função que se adequasse à sua capacidade intelectual e física. Essa situação que Napoleão vive diariamente é o cotidiano de muitas pessoas e podemos modifica-la ao promover a Diversidade e a Inclusão. A DGS pode ajudar sua empresa na transformação dessa realidade. Essa mudança faz parte da Agenda 2030 e das estratégias ESG.
Pense nisso!
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