Dia dos Namorados na Firma

Quando trabalhava em curtume, na década de 80 e 90, o Dia dos Namorados era sempre um momento complicado, estressante e delicado. Trabalhei em empresas muito conservadoras e com pessoas explicitamente homofóbicas. Pairava a curiosidade sobre minha vida afetiva. Existia a necessidade de saberem se eu me relacionava com alguém e quem era.

Naquela época, se dissesse que meu relacionamento era homoafetivo, certamente sofreria assédio moral, discriminação, homofobia e poderia até ser demitido por minha homossexualidade, vista ainda como doença! Lembrem que a epidemia da AIDS era bastante significativa!

Contudo, hoje, pensando sobre a data e no significado do verbo namorar, nunca me importei com as seguintes expressões que eram bastante comuns:

  • Estou de namoro com uma moto do modelo e cor tal;
  • Estou namorando um sapato lá no centro da cidade;
  • Tenho paixão por roupas;
  • Estou apaixonado pela minha roseira. Ela está linda!
  • Me apaixonei, na hora, quando vi aquela casa;

E assim eu poderia citar muitos outros exemplos. Pergunto-me o que faz, ainda hoje, algumas pessoas se chocarem, se incomodarem com relacionamentos homoafetivos e não se importarem se algum familiar disser que está TOTALMENTE APAIXONADO aparelho de som que o vizinho comprou.

Então, acho que a data 12 de junho pede uma reflexão: que atitudes irei tomar, no dia dos namorados, quando e se alguém me revelar celebrará seu dia com alguém que amo e tem outra identidade de gênero?

Pense nisso e tenha um EXCELENTE DIA DOS NAMORADOS COM QUEM QUISER E DA MANEIRA QUE FOR!❤️

Magnor Müller

Doutor Especialista em Diversidade, Inclusão e ESG

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